Assisti a parte do sofrimento do Salpico que morreu de cólicas, ao peso da idade que se somava a cada dia da Boneca até à manhã que não acordou, ao sofrimento causado por um veterinário descuidado ao Taugo que lhe ceifou a vida, à eutanásia feita à Estrela para lhe por fim a um imenso sofrimento, ao literal rebolar de um satisfeito Lanceiro no centro do picadeiro e às lágrimas de dor do Trovão nesse mesmo picadeiro, aos treinos de salto do Manadio para exercitar os membros e às eternas manias do Lutador em patrulha...
Se o Salpico quase me levou às lágrimas, o pesar dos que o seguiram (Taugo, Estrela e Boneca) foi menor... não por serem menores em importância, mas porque a idade já era outra, a deles, pois já tinham tido uma vida mais longa que o Salpico, e a minha, por já ter "perdido" mais animais.
Há dias vimos uma foto do Lanceiro publicada numa rede social, está na quinta pedagógica dos Olivais, a receber festas de crianças e nenhum dos presentes que havia lidado com o cavalo ficou indiferente... o "bolinha" está nas suas sete quintas, comer, dormir e receber afecto...
É de salientar que, antes do levarem o Lanceiro para a sua nova morada, houve um aviso. Foi comunicado que deixaríamos de ter a sua presença mas que ficaria bem entregue... com o Trovão, o Manadio e o Lutador, não houve aviso e tudo pareceu ter sido feito de forma tão cheia de subterfúgios que, se teme o pior.
Se os "homens" usassem a cabeça, os animais não sofriam... nem os Homens que dão valor aos animais sofriam por (e com) eles.