... que diabo te passou pela cabeça?!
Eu fazer 55 quilómetros de bicicleta num único dia era, até hoje, impensável! Acontece que, hoje, sem grandes dificuldades e numa cidade que dizem ter sete colinas, acabei por percorrer um pouco mais que essa distância.
Não, não foram todos seguidos. Parei para almoçar sensivelmente a meio do percurso, mas não deixou de ser engraçado o facto de, em 55km, apenas ter dado conta de uma verdadeira subida... ali para os lados de Miraflores em direcção a Benfica, porque de resto, tirando as reviravoltas em algumas zonas das ciclovias, não houve grande drama.
É possível contornar a cidade de Lisboa percorrendo cerca de 50km, quase todos em ciclovias, até voltar ao ponto de origem sem fazer grandes esforços, tal como dizem os tipos da Lisboa Horizontal, e isso surpreendeu-me. Acabei por dar comigo a procurar formas de prever os percursos mais usuais, idas para o trabalho, deslocações pontuais aos variados médicos e outros serviços aos quais é necessário uma deslocação pontual (e cheguei mesmo a traçar rotas a casa de amigos próximos com quem se marca café de última hora). O resultado é, dito de forma minimalista, interessante.
Para uma deslocação de oito quilómetros, dentro de Lisboa e de carro, a média horária ficará na casa dos 20-25km/h, talvez um pouco mais se não for hora de ponta, mas depois há que acrescentar a busca do lugar de estacionamento e respectiva deslocação desse lugar, a pé, até ao destino que se quer realmente e, facilmente se demoram 20 a 25 minutos enquanto o tempo de circulação são 12 minutos. De mota, as velocidades médias são mais elevadas (se se for passando por entre o trânsito), é mais fácil de parar à porta, mas demora-se mais tempo até arrancar por ser necessário vestir equipamento que depois tem que ser despido ao final da viagem... 15-20 minutos gastos entre viagem e equipamento. De bicicleta... eis a parte que me surpreendeu-me, é relativamente fácil manter uma média superior a 15km/h escolhendo um trajecto sem subidas muito acentuadas, o que se traduz em cerca de 25-30 minutos que, com alguma arte (e respeitando as regras de trânsito), até tem menos quilómetros do que o caminho mais rápido em qualquer uma das vertentes motorizadas.
Não, não estou a embandeirar em arco e a apregoar a vitória da bicicleta, também não estou a defender o ponto de vista da bicicleta como veículo diário, estou apenas a constatar que, para percursos, digamos, até 10km em cidade, a bicicleta é complicada de bater (somem lá a vertente económica e vão ver).