Não se enquadrava, reparava nos pormenores como se fosse a primeira vez que ali estava, devia ser de fora... e ali estava, a desfolhar uma revista que ninguém compraria, alheado da atenção que despertava... mexeu-se!
Tentou alcançar algo no bolso, estava a receber uma chamada. Atendeu. Falava com cuidado, tentava não falar alto, mas nota-se algo na sua forma de falar (se eu o conhecesse diria que havia ali algo mais)... quem lhe ligou era relevante.
Ouvi-o dizer - Consegues ver-me? - e levantou-se de seguida... encaminhou-se para o varandim que delimitava a esplanada, e falou de novo - Agora já me vês? - enquanto acenava. Olhando para onde acenava, era visível uma pessoa a acenar de volta... a distância que os separava poderia ser percorrida em menos de um minuto a passo calmo... e em muito menos tempo se não estivesse interessado em manter a pose e corresse, no entanto... havia entre eles um vidro, espesso, quase como que uma parede que os separava... uma barreira intransponível para o tempo que dispunham... ali estavam ambos, à distância do olhar, mas incapazes de se tocarem.
Estavam tão perto... e ainda assim, tão longe.
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2 comentários:
Que lindo!...
Ver tudo recordado ao promenor :-)
Exatamente como me contaste num almoço de domingo...
A mesma simplicidade!
Tá tudo aqui (...)
E olha; que eu tenho boa memória
amestardão?
olha olha até pôs as letras a condizer com os olhos tsstsstss passamos a ter o impressionante-blog-verde-virtual-de-vidro??
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