"(...) 68% das mortes entre atropelados são de facto mortos nas passadeiras. O que significa, por um lado, que não há respeito dos automobilistas pelos peões, e por outro lado, as chamadas passagens de peões, não são configuradas convenientemente (...)" por Manuel João Ramos presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados.
Lamento que, ainda assim, lhe falte um lado. Apesar de respeitar o que a ACA-M faz (se bem que por vezes cai um pouco no exagero) bem como o que foi dito nesta notícia, é pena que não veja o lado do automobilista, o terceiro lado.
68% das mortes por atropelamento dão-se em passadeiras, mas não culpe só os automobilistas e quem escolhe a localização das passadeiras, culpe também os peões, os que fazem da passadeira uma continuação do passeio e que se julgam, erradamente, com prioridade, que se julgam indestrutíveis e que são irresponsáveis, quer para consigo próprios, quer para com o automobilista. A culpa nunca é só de um lado, e a ACA-M não deveria fazer vista grossa ao comportamento idiota de alguns dos peões que engrossam esta lamentável estatística.
Sobre os ciclistas que são notícia na mesma peça... sendo quase todos portadores de carta de condução, é vergonhosa a conduta que apresentam quando circulam na via pública, pois o código da estrada (mesmo que deva ser alterado para lhes atribuir um "estatuto" adequado) não lhes permite circular paralelamente a outro ciclista, não lhes permite passar sinais vermelhos, não lhes permite usar as passadeiras quando estão montados nas bicicletas, não lhes permite andar contra o sentido do trânsito e não lhes permite circular nos passeios, e todos os dias, todos os dias sem excepção eu vejo fazer isto. Há falta de respeito, mas mais uma vez, não é só por parte dos automobilistas.
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