Só o nome já arrepia! Sala de espera define local onde se deita fora tempo e, até há bem pouco tempo, era muitas vezes um suplício passar horas numa "sala de espera". Continua a ser um suplício, mas actualmente é visível que as pessoas se limitam a esperar, sem qualquer necessidade de interagir entre elas preferindo interagir com o telemóvel.
Este centrar das atenções na electrónica de bolso leva a que haja um decréscimo acentuado das espécies que têm o seu habitat natural nas salas de espera... o "partilhador de vida própria" e o "engraçado". O primeiro faz da história da sua família uma novela mexicana, daquelas que aparenta não ter fim, uma novela composta por um drama, polvilhada com situações dramáticas e cheia pormenores de fino recorte dramático, o segundo, fala alto de maneira a chamar a atenção sobre si mesmo e insiste nas piadas de bolso de qualidade duvidosa e, regra geral, pouco eficazes.
Não lamento o desaparecimento destas espécies, se para a primeira uma sequência de "sim... pois... acontece... é a vida... pois" eram suficientes para os manter a pensar que lhes estávamos a dar a atenção que acham que merecem, já o segundo implica todo um complexo movimento facial devidamente enquadrado e aceite culturalmente como "um sorriso"... pessoalmente saiam-me mais esgares compreendidos como escárnio ou como dor... benditos aparelhos electrónicos por melhorarem os tempos espera e as respectivas torturas!
Sem comentários:
Enviar um comentário