Noutros países da união europeia, em particular nos nórdicos, aplicam-se técnicas de iluminação variável em gabinetes e salas de trabalho a fim de evitar que, nos dias mais curtos de inverno, os trabalhadores/funcionários/colaboradores entrem em depressão. Por cá, tapam-se as janelas existentes num edifício e instala-se uma iluminação tênue para não afectar a visão para os "videowalls", que ocupam as paredes e para os ecrãs dos computadores castrados por administradores. Tudo naquela sala, tirando os tampos das mesas que são em madeira, está em "256 tons de cinzento", o fundo de ecrã do computador não ajudava, em tons neutros e com as letras brancas dos contactos do helpdesk, os sons naquela sala limitavam-se aos zumbidos de aparelhos electrónicos e suave matraquear de ventoinhas de ventilação... que cenário! Que cenário deprimente! Fechado entre quatro paredes, sem sol, sem vento, quase sem cor, sem um som que me fosse agradável... fiz o que me era possível fazer! Alterei o fundo de ecrã da minha área de trabalho... animada por uma imagem estática, na minha cabeça vejo estradas e paisagens de tirar as palavras, oiço o tetracilíndrico ronronar ao subir de rotação à saída de uma curva e o som do vento que me passa pela "cabeça", cheiro toda uma paleta de aromas tão comum a quem anda na estrada de corpo exposto aos elementos, sinto o toque da pendura a retribuir a carícia que lhe fiz na perna segundos antes é forma como se aconchega a mim quando as velocidades se elevam... podem prender-me o corpo aqui dentro, mas na minha mente, estou lá fora e sou livre!
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